27 de setembro de 2018

Dançar reggae agarradinho é típico da cultura do Maranhão

Em matéria do O Imparcial:
Não se sabe ao certo como o reggae chegou a São Luís, embora a história mais conhecida seja a que ele aportou por aqui, literalmente, na década de 1970, com os marinheiros, que usavam discos de vinil como moeda de troca. Mas independente de como tenha sido, a verdade é que o ritmo caiu no gosto dos ludovicenses e ao longo dos anos passou a fazer parte da cultura da cidade, ao lado de outras importantes manifestações, como o Bumba Meu Boi e o Tambor de Crioula.

“Até a década de 1990, o reggae estava mais concentrado nas periferias. Depois ele ganhou outras esferas sociais, chegando aos centros elitizados. E estamos ganhando mais força, prova disse foi a inauguração do Museu do Reggae, no final do ano passado. Mas queremos mais, queremos levar esse movimento para além dos limites territoriais”, diz o presidente da Comissão Integrada do Reggae e Turismo (CIRT), Fabinho de Jah, que vive do ritmo há 25 anos.

Tamanha é a importância do ritmo para os maranhenses, que em outubro de 2002 foi instituído, pela Lei Nº 4.102, o Dia Municipal do Regueiro, celebrado no dia 5 de setembro.
Particularidades

O reggae, desde que se enraizou na ilha, tem influenciado o jeito do maranhense de falar, vestir e até de dançar. Segundo o professor de dança de salão, Dennis Adam, dançar esse ritmo à dois é uma particularidade do Maranhão. “Essa é uma identidade cultural nossa. E é uma verdadeira dança à dois, porque ao contrário do forró, por exemplo, que a gente deixa a dama mais solta para fazer outros movimentos, o reggae é dançado juntinho do começo ao fim. Não tem muita movimentação”, explica o professor.

Ele conta ainda que em suas pesquisas descobriu que essa forma de dançar veio de festas realizadas por estivadores na região central, hoje centro históricos.

Segundo o produtor cultural e diretor do Museu do Reggae, Ademar Danilo, o Maranhão sempre foi muito receptivo aos ritmos caribenhos, como a rumba, a salsa, o merengue e o bolero.

“E foi o bolero que influenciou a maneira que nós dançamos hoje, agarradinhos. Foi desse ritmo que veio nossa tradição de dançar à dois”, conta Ademar, que lembra ainda que, o reggae é da Jamaica, mas também é do maranhense. “Nós temos nossa linguagem própria e é nosso estilo que influencia outros lugares do país, como o Pará, Piauí, Ceará.
Festividades

Dentro da programação cultural do aniversário de São Luís, o Dia Municipal do Regueiro, será comemorado nesta quarta-feira, 05, na Praça Nauro Machado, com o evento Vibrações Positiva, que terá shows de bandas de reggae, equipes de vinil, DJs, grupos de dança, artesanato, trancistas e penteados afro, moda reggae e culinária. O evento começa a partir das 18h.

A partir de amanhã, 06, tem início também o projeto Quinta do Reggae, que será realizado até o mês de dezembro, sempre das 19h às 23h, na praça do Reggae, no centro de São Luís. O evento semanal abrange toda a cadeia produtiva que existe em torno do ritmo.

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